Uma
jovem e um jovem de dezessete anos podem se achar biologicamente preparados
para gerar um filho, e podem até estar casados, mas isso por si só não
justifica a geração de um filho. É preciso ver se eles teriam segurança
financeira para cuidar de todas as necessidades que surgissem. E será que se
encontram suficientemente amadurecidos para criar o menino no caminho em que
deve seguir? Se houvesse um avivamento em certas igrejas “biblicamente
fundamentadas”, ele acabaria em uma semana, pois onde estariam as mães para
cuidar dos bebês em Cristo? Quantos de nossos crentes sabem tirar uma pessoa
das trevas e conduzi-las para a luz?
O
nascimento de uma criança é precedido de meses de esforço, cuidados e preparos
em que a mãe carrega seu bebê, até passar pelo penoso trabalho de parto. O
nascimento de um filho espiritual também é assim. Jesus orou por sua igreja,
mas, depois, para que ela nascesse, ele teve de entregar a própria vida. Também
Paulo orava “noite e dia, com máximo empenho” pela igreja. Mas não só isso; ele
sofreu o trabalho de parto em relação a pecadores. E Sião só deu à luz filhos
quando passou pelas dores do parto. E embora hoje muitos estejam falando de
arrependimento e nascer de novo, quantos deles poderiam dizer o mesmo que
Paulo: “Mesmo que vocês tivessem milhares de tutores na fé cristã, não poderiam
ter mais de um pai. Pois, quando levei a vocês o evangelho, eu me tornei o
pai de vocês na vida que vivem em união com Cristo Jesus. ” 1Co. 4.15 NTLH.
Então ele os gerou na fé. Ele não diz apenas que orou por eles, mas dá a
entender que sofreu a dor do parto por eles. Se o número de nascimentos físicos
fosse igual ao de nascimentos espirituais, a raça humana estaria hoje quase
extinta.
É
verdade que a ciência conseguiu diminuir em muito o sofrimento de um parto
hoje, em relação ao que nossas mães enfrentaram. Mas ela nunca conseguirá
reduzir a duração dos longos meses de espera, necessários para a criança ser
formada. E assim também, nós, os pregadores, tentamos criar métodos mais fáceis
para levar os perdidos à conversão e as pessoas a uma experiência com o
Espírito.
Para
que ocorra o milagre, para que haja um verdadeiro avivamento e uma alma seja
regenerada é preciso trabalho de parto.
Assim
como na gravidez a criança em desenvolvimento causa incômodos no corpo da mãe,
assim também o “corpo” do avivamento que cresce na igreja causa incômodos nela.
A mulher que aguarda o nascimento de um filho se cansa mais à medida que o dia
se aproxima (e muitas vezes passa noites em claro, e derrama lágrimas). Assim
também, muitas vezes, os intercessores sentem o peso das iniquidades da nação,
e derramam a alma perante Deus em favor dela altas horas da noite. Há casos em
que a mulher grávida perde a vontade de alimentar-se, ou é obrigada a abster-se
de certos alimentos em benefício da vida que carrega no ventre. Assim também os
crentes que se sentem envergonhados com a esterilidade da igreja fazem jejuns e
são levados, por um grande amor aos perdidos, a permanecer em silenciosa
intercessão perante o Senhor. Da mesma forma como as mulheres, até certo tempo
atrás, procuravam evitar aparecer em público quando se aproximava a hora do
parto, também aqueles que sofrem a dor de parto pelos perdidos procuram o
recolhimento para buscar a face do Deus santo.
Não
existe uma “fórmula única” para avivamento. Embora nasçam crianças todos os
dias em toda a parte, sempre da mesma forma, são todas diferentes umas das
outras. Assim também em todas as eras tem havido avivamentos, gerados pelo
mesmo processo: angústia de alma, oração incessante e preocupação com a
esterilidade. Mas todos eles são diferentes entre si.
Foram
as mulheres estéreis da Bíblia que geraram os homens mais nobres das
Escrituras. Sara, que foi estéril até a idade de noventa anos, gerou Isaque.
Raquel, em resposta ao seu clamor: “Dá-me filhos, senão morrerei”, gerou José,
que foi o libertador da nação. A esposa de Manoá gerou a Sansão, outro
libertador. Ana, de alma abatida, chorou no santuário, fez uma promessa a Deus,
perseverou em oração, ignorou a zombaria de Eli, derramou a alma perante Deus,
e foi atendida, pois gerou a Samuel, que se tornou um profeta de Israel. Ruth,
que além de estéril era viúva, encontrou misericórdia diante do Senhor e gerou
a Obede, que gerou a Jessé, que por sua vez foi o pai de Davi, de cuja linhagem
veio nosso Salvador. Isabel, que era já bastante idosa, gerou a João Batista, a
respeito de quem Jesus afirmou que não havia profeta maior que ele, dentre os
nascidos de mulher. Se essas mulheres não tivessem se sentido humilhadas pelo
fato
A
minha oração nesses dias é que Deus levante uma geração descrita no Salmo 27:4.
Uma geração de uma só coisa. Que se depara com a realidade ao seu redor e não
tira os olhos daquele que é o único que pode mudar as circunstâncias. E que
principalmente acredita que através da oração tudo pode ser mudado.
Chegou a hora de unirmos
nossas orações com a do Espirito Santo, chegou o momento de vivermos o que
Jesus disse quando o noivo seria arrancado. O Espírito e a noiva dizem: Vem!
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